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E se eu não quiser lembrar? #28 e 29

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E se eu não quiser lembrar? #28 e 29 - Página 3 Empty Re: E se eu não quiser lembrar? #28 e 29

Mensagem  neptunogirl Sáb Set 27, 2008 3:59 pm

ADOREI!!!

Até me vieram as lagrimas aos olhos, sou uma pessoa um tanto ao quanto sensivel!

Continua a postar a serio mesmo q nao responda logo acredita que mal tenha um tempinho venho dar uma olhadela.


Beijo
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E se eu não quiser lembrar? #28 e 29 - Página 3 Empty Re: E se eu não quiser lembrar? #28 e 29

Mensagem  gwen Dom Set 28, 2008 12:37 am

neptunogirl escreveu:ADOREI!!!

Até me vieram as lagrimas aos olhos, sou uma pessoa um tanto ao quanto sensivel!

Continua a postar a serio mesmo q nao responda logo acredita que mal tenha um tempinho venho dar uma olhadela.


Beijo


Muito obrigada.
Hoje estou demasiado cansada, mas amanhã posto mais 2.

beijinhos E se eu não quiser lembrar? #28 e 29 - Página 3 731814
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E se eu não quiser lembrar? #28 e 29 - Página 3 Empty Re: E se eu não quiser lembrar? #28 e 29

Mensagem  gwen Dom Set 28, 2008 8:09 pm

# 28

Pareceu a Êl que a semana passara depressa, demasiado depressa para quem tinha de se habituar a tantas coisas novas. Simone quase não saía de casa. Gordon voltava mais cedo da escola de música todos os dias. Tom e Bill não a deixavam sozinha um minuto que fosse. Gustav e Georg passavam dias inteiros em Loitsche e chegaram a dormir lá duas noites, em que Bill se fartou de reclamar porque tinha de partilhar a cama com o irmão outra vez. Franziska aparecera duas vezes, com Andreas, o melhor amigo dos gémeos, e a irmã dele, Liesel, que ficou visivelmente incomodada com o aspecto da cara de Êl.
Angela viera visitar Êl na terça ao fim da tarde, trazendo consigo o marido, Wolfgang, e o pai de Georg, Hagen. Ilsa ia a Loitsche a cada dois dias para ver se Êl tomava a medicação, se alimentava correctamente e para tratar as suas feridas. Se bem que em relação há medicação quem controlava de facto era Gustav. Continuava a saber exactamente tudo o que ela tinha que tomar e a que horas. Assim, que chegaram no sábado, afixou uma folha na porta do frigorífico com a descrição dos comprimidos e das horas a que eram tomados. Assim não há desculpas, se te esqueceres só precisas vir aqui ver quais são os que tens de tomar e a que horas. - Anunciara a Êl com ar triunfal, feliz consigo mesmo.
As noites em que Êl dormia muito pouco eram cada vez mais frequentes e Tom insistia em ficar com ela até que adormecesse. Na quarta há noite, já depois da meia-noite, Êl estava deitada de lado, a tentar adormecer, enquanto Tom, sentado atrás de si, lhe fazia pequenas festas na cabeça. A dada altura a mão de Tom parou e Êl voltou-se: ele adormecera encostado à cabeceira da cama, numa posição muito desconfortável. Êl sentou-se e abanou-o devagarinho, tocando-lhe no ombro.
- Tom? Acorda. Vai para a cama.
- Já vou, quando adormeceres… - Tom falava com voz sonolenta, mal abrindo os olhos.
Êl saiu da cama e pegou-lhe nas mãos, puxando-o ligeiramente.
- Anda, precisas dormir em paz. - Tom deixou-se levar.
Quando chegaram ao quarto, Tom começou a despir-se, ficando apenas de boxers e deitou-se na cama que Êl abrira. Êl cobriu-o, beijou-lhe a testa suavemente e saiu, deixando a porta entreaberta. Êl demorou muito a adormecer e quase não dormiu. Quando acordou pouco depois das sete resolveu levantar-se e começar a tornar-se útil naquela casa, estava farta de ser um peso morto, a quem era preciso fazer tudo.
Caminhou suavemente, descalça, pelo corredor, com um pequeno pijama branco de verão, que Angela lhe trouxera, espreitando para os quartos dos gémeos a fim de se certificar que ainda dormiam. Quando chegou à cozinha olhou em volta. Estava ali à tantos dias que já sabia onde encontrar tudo o que precisava. Pôs café a fazer, para Simone e Gordon, que não deviam tardar a levantar-se, e leite a aquecer, depois foi à porta da casa buscar o saco de pão, que o padeiro deixara minutos antes. Em seguida, tirou uma caixa de um armário alto, onde ela e Simone a haviam escondido dias antes, consultou a lista, que Gustav deixara no frigorifico, e retirou todos os comprimidos que devia tomar. Estava a terminar de espremer laranjas, para fazer sumo, quando Simone e Gordon entraram na cozinha.
- Posso saber o que a menina pensa que anda a fazer na minha cozinha? - Gordon olhava Êl com as mãos na cintura e falava em tom gozão.
Êl sorriu, ao ver o ar brincalhão de Gordon. Gostava dele, era afável, simpático, meigo, divertido, mas, sobretudo, dava-lhe espaço.
- Estou a tornar-me útil. E ainda não vi o Gordon fazer nada nesta cozinha a não ser comer, portanto não estou a ver como possa ser sua. - Êl sorria ligeiramente. - Já agora, bom dia.
- Bom dia, querida. Como vês Gordon perdeste uma excelente oportunidade para estar calado. - Tanto Simone como Gordon riam com vontade.
- Um dia destes vou preparar-te uma refeição digna de uma rainha e depois vais ver se a cozinha é ou não minha. - Gordon sentou-se e serviu-se de café.
- Uma rainha não, Gordon, uma donzela élfica. Francamente, se os rapazes te ouvem estás feito. - Simone também se tinha sentado.
Êl sorriu. Começava a sentir-se útil, algo mais do que uma estranha que abusa da hospitalidade que lhe dão…
Tom e Bill dormiram até há hora de almoço e quando os chamaram, Tom ainda tinha cara de quem era capaz de dormir o resto do dia.
Ao início da tarde, Georg e Gustav chegaram, acompanhados por três amigos: Mark, Hans e Sarah. Assim que os viu, Tom sorriu e dirigiu-se a Mark abraçando-o de forma brincalhona.
- Êl apresento-te o namorado do Georg. Mantêm uma relação profunda, que dizem ser apenas amizade, há tantos anos, que há quem diga que começou ainda antes de nascerem. - Tom mantinha o braço direito sobre os ombros de Mark e um ar gozão. - Assim, faças o que fizeres, nunca digas à frente do Mark que o Georg anda pela Europa a ter relações com mulheres, podia ser um grande trauma para o nosso querido Mark…
- Oh, Tom! Coitadinho do meu menino... - Mark falava em tom complacente, abraçando Tom e dando-lhe pequenas pancadinhas nas costas. - Continuas a ter ciúmes da nossa relação. Mas meu amor, eu já disse que troco o Georg por ti, no dia em que cortares o ninho de rato a que chamas cabelo e passares a usar roupa de homem, em vez de vestidos.
- Deves achar que tens muita piada?! - Tom soltou-se rapidamente de Mark, enquanto os outros tentavam, controlar o riso. Êl sorriu ao ver o ar envergonhado de Tom, por ter ficado sem resposta para dar.
A tarde estava a ser calma. Estavam todos sentados na sala, alguns no chão, a conversar. Êl adormecera num dos sofás, deitada no colo de Tom, que lhe acariciava a cabeça.
Simone tinha ido a Magdeburg e a porta da frente da casa estava apenas encostada. Ina entrou e ficou a observar a cena em silêncio, sem que dessem por ela. O braço esquerdo de Êl estava caído ao longo do sofá e, como já não tinha penso, era possível ver as feridas, marcadas no seu antebraço, em forma de ÊL.
- Já pensaram na possibilidade de ela se ter cortado a si própria e a amnésia ser apenas fita? - Todos se sobressaltaram ao ouvir a voz de Ina.
Antes que mais alguém pudesse reagir, Sarah e Hans levantaram-se do chão, pegaram em Ina pelos braços e arrastaram-na até à rua.
- Nada, absolutamente nada te dá o direito de falares assim de alguém cuja história não conheces! - Hans apontava-lhe um dedo e falava ameaçadoramente.
- Agora desaparece antes que te deixe em pior estado do que a deixaram a ela! - Sarah estava furiosa, vermelha de raiva.
Ina limitou-se a cruzar os braços. Sarah voltou a entrar em casa, deixando Hans a guardá-la.
- Ela não vai embora. - Sarah fitava Bill.
- Bill, vai lá! E ela que não volte a pôr os pés cá em casa, senão sai daqui para o hospital! - Tom estava furioso e olhava o irmão com raiva.
Bill baixou a cabeça e saiu. Tom tinha razão, Ina tinha ido longe demais. Bill sabia que ela apenas o fizera para irritar Tom, mas nada lhe dava o direito de falar assim sobre Êl.
Nessa noite, Êl não deixou que Tom ficasse no quarto dela.
- Não, Tom! Amanhã tens de acordar de madrugada para ires para Dortmund. É sexta-feira 13, o que significa que é um bom dia. Vai ser um concerto fantástico e não podes estar cansado. Hoje fico eu contigo até adormeceres.
- Está bem, Êl. Mas com uma condição: amanhã quando acordares telefonas-me, que já devo ir algures numa qualquer estrada chata deste país.
- Eu telefono. Agora deita-te. E vê lá se amanhã te portas mal no concerto, ouvi dizer que em Lisboa parecias um menino de coro em palco, todo certinho e sem fazer disparates.
- Isso foi porque estava concentrado nas miúdas giras que lá estavam… - Tom não podia deitar-se sem dizer uma das suas piadas.
Êl beijou-lhe levemente a testa e sorriu-lhe, ficando afagar-lhe a cabeça. Tom adormeceu quase de imediato. Sentia-se tranquilo. Êl não parecia assustada com a ideia de o ver partir de novo e o dia tinha sido calmo para ela: não fazia ideia que Ina lá estivera e não tivera medo de Hans, Mark e Sarah. Era verdade que eles se haviam comportado de forma exemplar, não se aproximaram muito, não fizeram movimentos bruscos e falaram em tom suave e calmo, transmitindo segurança e paz.
Êl ficou algum tempo a ver Tom dormir. Estava tranquila. Não lhe agradava ver Tom partir outra vez, mas sentia-se segura naquela casa. Só tinha que esperar que ele voltasse, no domingo ao fim da tarde...


Continua...
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Mensagem  gwen Dom Set 28, 2008 8:14 pm

# 29

Os rapazes telefonavam a Êl tantas vezes por dia, que quase era difícil acreditar que eles não estavam de facto ali, a seu lado. Êl habituou-se a associar as vozes de Georg, Gustav e Bill à de Tom e elas começaram a dar-lhe uma sensação de alívio e segurança próxima da que a voz de Tom lhe dava.
Franziska também lhe telefonava todos os dias e até Saki telefonou uma vez, para saber como Êl se estava a sentir em Loitsche.
No entanto, foram três dias difíceis de suportar e Êl quase não sorriu. Tinha passado os últimos dez dias com os rapazes e ver-se de repente sozinha era mais assustador do que imaginara que fosse. Os seus sonos também se tornaram agitados. Até então, Êl não dormia muito, mas dormia calmamente. Naquele fim de semana isso mudou. Êl passou a mexer-se muito durante a noite e Simone ouviu-a gemer algumas vezes durante o sono, mas não lhe disse nada. Parecia óbvio que Êl estava a ter pesadelos, mas de manhã não se lembrava de nada e ignorava porque se mexia tanto, dizendo que talvez fosse do calor.
Todos voltaram a visitá-la e Êl passou a tarde de sábado, nas traseiras da casa com Andreas, Liesel, Mark, Sarah e Hans. Andreas tem uma personalidade estranha, parece sensato e despreocupado ao mesmo tempo e é completamente obcecado por informática. É quase tão alto como os gémeos. Liesel tem o cabelo longo, liso e louro, e olhos azuis, como os do irmão. É animada, bem disposta, mas extremamente sensível, no entanto acredita na sinceridade, pelo que disse a Êl, assim que chegou, vais-me desculpar, mas não consigo olhar para a tua cara. Faz-me impressão. Sinto uma sensação estranha no estômago, como se as feridas fossem minhas… Êl sorriu, explicou-lhe que não fazia mal, mas ficava feliz por Liesel lhe ter dito a verdade, assim sabia exactamente o que pensar sempre que ela desviasse o olhar da sua cara.
Mark e Sarah dão-se muito bem e são extremamente divertidos. Passaram o tempo todo a gozar com alguma coisa e Sarah não perdia a oportunidade de pregar uma partida de vez em quando. Mark tem cabelos escuros, cheios de caracóis, mas a pele muito clara e olhos cor de avelã. Sarah é ruiva de olhos verdes, usa o cabelo encaracolado pelo meio das costas.
Hans é calmo, sossegado, tem cabelo castanho claro, quase louro e uns profundos olhos cinzentos. Falou pouco, mas olhou sempre Êl nos olhos, com uma intensidade que ninguém conseguia, à excepção de Tom. Êl tinha a sensação de estar a ser analisada por ele.
Simone insistiu tanto que os cinco acabaram por ficar para jantar. Gordon ainda sugeriu que jantassem no jardim, mas Êl pediu para não o fazerem. Tenho medo da rua depois do pôr do sol… Sinto-me exposta… Abandonada… Como naquela madrugada... No parque…
Quando no domingo, ao fim da tarde, os rapazes chegaram com Saki, Êl abraçou Tom, que lhe beijou a cabeça, e sorriu aos outros. Sentiu-se mais calma só de os olhar, de saber que estavam ali outra vez. Saki, Georg e Gustav iam ficar para jantar. Saki passaria a noite em casa de Ilsa e Georg, no dia seguinte ia para casa. Regressava na sexta, ao fim da tarde, para os levar para Berlim, de onde partiriam na manhã seguinte para Paris.
Bill trazia um monte cartas de fãs nas mãos e instalou-se num sofá a lê-las enquanto Simone, Gordon e Êl ouviam os outros falar dos concertos que tinham dado.
- O David manda-me cada uma. Olha lá para isto e vê se tem algum jeito? É suposto eu perceber o que essa fã me diz? - Bill passou uma carta a Êl, que estava sentada entre ele e Gustav. Êl, para grande surpresa de Bill, começou a ler, em voz alta, com um à-vontade assombroso.
- Não sei de que te queixas. - Disse Êl, com naturalidade quando terminou de ler. - Eu acho bonito. É de Safo, vês?
Bill olhou para a linha que Êl lhe apontava onde se via: Σαπφώ mas, mas ficou na mesma. Para ele era igual a todas as outras, como se não se tratasse sequer de letras.
- Quem é Safo? - Tom olhava Êl com apreensão, não compreendia porque Bill e Gustav tinham uma expressão tão estranha e não percebera uma linha do que Êl lera.
- Não é. Foi. - Êl falava apreensiva, não compreendia porque a olhavam de forma tão estranha. - Safo foi a maior poetisa grega de sempre e a primeira mulher poeta de que há memória. Nasceu algures no século VII antes de Cristo. Mas pouco se conhece da sua obra, porque sofreu censura ao longo dos séculos, sobretudo na Idade Média, e sobraram apenas alguns poemas soltos. Os poemas dela são quase todos eróticos e normalmente dedicados às suas alunas, sobretudo a uma delas, com quem manteve uma relação, até ser trocada por um homem.
"É por causa de safo que se chama às mulheres homossexuais lésbicas, vem de Lesbos, a ilha grega em que Safo nasceu e passou toda a sua vida. Qualquer grego digno desse nome conhece Safo.
"O poema que te enviaram é de amor e é bonito, Bill. Não percebo realmente do que te queixas.
- Êl, querida, é que não percebo o que está escrito… - Bill falava suavemente, algo lhe dizia que aquilo não ia terminar bem. - O poema está escrito em grego… Achas que consegues traduzi-lo para mim?
Êl voltou a olhar a folha… Só então reparava que os caracteres que tinha à sua frente não eram ocidentais… Apercebeu-se que tinha lido grego, sem dar por isso… Como se grego fosse uma língua natural para ela… Depois, começou a recitar em alemão, de forma hesitante.
"Semelhante aos deuses parece-me que há-de ser o feliz
mancebo que, sentado à tua frente, ou ao teu lado,
te contemple e, em silêncio, te ouça a argêntea voz
e o riso abafado do amor. Oh, isso - isso só - é bastante
para ferir-me o perturbado coração, fazendo-o tremer
dentro do meu peito!
Pois basta que, por um instante, eu te veja
para que, como por magia, minha voz emudeça;
sim, basta isso, para que minha língua se paralise,
e eu sinta sob a carne impalpável fogo
a incendiar-me as entranhas.
Meus olhos ficam cegos e um fragor de ondas
soa-me aos ouvidos;
o suor desce-me em rios pelo corpo, um tremor (…)"
- Acho que deve ser mais ou menos isto… - Êl devolveu a folha a Bill e levantou-se. Não se sentia bem… Estava assustada… Lera uma língua estranha como se fosse a coisa mais natural do mundo…
- Êl? Tem calma… - Tom estava assustado. Nunca tinha visto Êl assim, parecia perdida, às voltas pela sala. - Êl? O que foi? Fala comigo…
- Eu falo grego… E consigo traduzi-lo… Quantas pessoas conheces que falam grego e alemão? Acho que sempre falei… Agora que sei que falo grego, descobri que consigo pensar em grego com a mesma naturalidade que penso em alemão… Como se também fosse a minha língua materna… Não é normal… Tenho medo… Medo de lembrar quem fui… Não quero lembrar…
Êl começou a chorar e Tom ficou paralisado. Simone, Gordon e Saki levantaram-se em silêncio e saíram da sala, sentiam-se intrusos, sabiam que só os rapazes poderiam acalmá-la, talvez mesmo só Tom pudesse fazê-lo.
- O que fazemos agora? - A voz de Georg soava a pânico.
- Tom faz alguma coisa… - Bill olhava o irmão incrédulo.
Tom olhava Êl sem se mexer, parecia colado ao chão.
- Tom, estás a ouvir? Faz alguma coisa! Não podes deixá-la assim! - Bill tinha-se aproximado do irmão, mas Tom continuava a olhar Êl imóvel.
Gustav e Georg olhavam Tom, na expectativa que ele fizesse alguma coisa que atenuasse o choro de Êl.
- Tom?! Por favor, faz alguma coisa... - Bill agarrou o irmão pelos braços e abanou-o, obrigando-o a olhá-lo.
- O quê? - Tom estava em pânico.
- O que fazes quando ela chora? - Gustav esforçava-se por manter a calma.
- Ela nunca chorou… Nunca… - Lágrimas grossas começaram a correr pela cara de Tom.
Êl sentou-se no chão, encostada à parede, abraçou as pernas e escondeu a cara nos joelhos, os ombros tremiam devido ao choro.
Bill aproximou-se devagar, sentou-se ao lado dela e colocou-lhe o braço direito por cima dos ombros, puxando-a para si. Êl estremeceu ao sentir o toque de Bill, mas deixou-se abraçar, soltou as pernas e encostou-se mais a ele, ficando a chorar durante muito tempo. Os rapazes sentiam-se impotentes, incapazes de a ajudar, sobretudo Tom.
Tom sempre admirara a coragem dela, a forma como enfrentara a dor e o sofrimento… De repente parecia que as suas forças tinham chegado ao limite e que não ia suportar mais… Tom tremeu… Teve medo que ela realmente não aguentasse mais…


Continua...

Aquela palavra estranha que aparece é mesmo o nome de Safo em grego.
O poema também é mesmo de Safo, mas está incompleto, optei por utilizá-lo, porque foi o único que encontrei de Safo que encaixava naquilo que queria...
O que está escrito sobre a vida de Safo também é real, pelo menos de acordo com o que se sabe dela.
beijos
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